Sistema prisional do DF opera com déficit de mais de mil policiais penais e acende alerta para segurança

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O sistema prisional do Distrito Federal enfrenta uma grave crise de efetivo, com um déficit de 1.006 policiais penais, o que representa um número preocupantemente abaixo do previsto por lei. Segundo a legislação, o DF deveria contar com 3.000 profissionais para garantir a segurança e a administração dos presídios, mas atualmente apenas 1.994 estão em atividade. O problema se agrava à medida que novos blocos prisionais são inaugurados, sem a reposição necessária de servidores.

Nos últimos meses, seis novos blocos foram abertos, ampliando a capacidade física do sistema prisional, mas sobrecarregando um efetivo já insuficiente. A demanda crescente por segurança e atendimento dentro dos presídios tem sido absorvida pelos policiais penais em atividade, que enfrentam condições de trabalho cada vez mais desafiadoras.

Apesar do déficit de pessoal, as atividades de ressocialização continuam sendo implementadas, e o número de atendimentos nas diversas áreas do sistema prisional aumentou consideravelmente. Entretanto, sem a nomeação dos aprovados no último concurso, o impacto sobre a força de trabalho é evidente e alarmante.

Superlotação carcerária agrava a crise

Além do número reduzido de policiais penais, o sistema prisional do DF enfrenta a questão da superlotação. Atualmente, mais de 17 mil detentos estão distribuídos nas unidades do DF, cuja capacidade oficial é pouco superior a 10 mil vagas. A taxa de ocupação de 70% acima do limite representa um cenário de sobrecarga nas unidades prisionais, criando uma situação de colapso iminente.

Com essa disparidade, o controle da população carcerária se torna cada vez mais difícil, aumentando os riscos de rebeliões e incidentes violentos. A falta de policiais penais em número adequado compromete a segurança dentro dos presídios e amplia as lacunas que podem ser exploradas pelo crime organizado, aumentando o risco para os servidores e para a sociedade.

SINDPOL-DF pede nomeação imediata dos aprovados no concurso

Diante da gravidade da situação, o Sindicato dos Policiais Penais do Distrito Federal (SINDPOL-DF) pede a nomeação urgente dos 1.300 aprovados no concurso público para reforçar o efetivo. A entidade alerta que a demora na reposição de servidores compromete não apenas a segurança interna dos presídios, mas também a eficácia dos programas de ressocialização, essenciais para a reintegração dos apenados.

O SINDPOL-DF solicita ações imediatas por parte do governador Ibaneis Rocha, do secretário de Administração Penitenciária, Wenderson Teles, e do secretário de Economia, Ney Ferraz. “É imprescindível que essa questão seja tratada como prioridade, para preservar a integridade física dos servidores e garantir a segurança nas unidades prisionais”, destaca a diretoria do sindicato.

A situação crítica vivida pelos policiais penais do DF coloca em risco não apenas o sistema prisional, mas toda a sociedade. A falta de profissionais compromete o controle, a segurança e o bom funcionamento das unidades, tornando a resolução desse problema urgente.